Curve

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Bem vindos(as/es) à análise de Curve, do HorSI! Algo que tenho notado é que curtas-metragens com ideias condensadas e bem construídas, no tempo que é necessário para tal, às vezes soa melhor do que um longa-metragem que inventa coisas não fazem muito sentido somente para ganhar tempo. O último curta-metragem analisado no Horsi, o portrait of god, e esse são exemplos vivos disso.

Um curta-metragem que tem muitos simbolismos e contém uma carga dramática muito intensa. Basicamente uma crise de ansiedade de quase 10 minutos, mas que você acaba de transpor já quer passar por ela novamente o quanto for necessário para entender todos os seus segredos.

Vamo que Vamo!

Em todos esses 20 anos que assisto filmes de terror foram poucos que me causaram tanta ansiedade e que me fizeram reassistí-los por prazer. Realmente tirando o filme “A Queda”, do qual pretendo fazer uma análise, não me lembro do último filme que me fez sentir dessa forma.

É muito estranho pensar em um filme de 10 minutos que consegue criar tantos sentimentos e trazer tantas lembranças. Algumas que questionamos ser verdadeiras ou não, o que é mais estranho ainda. Esse filme através de seus simbolismos e representações, que vou escrever sobre daqui a pouco, consegue criar uma atmosfera da qual você não pode escapar e dura muitos minutos, ou horas, até mesmo dias após terminar de ver o filme, pensando no que você viu e o que esse simbolismos e representações significam.

Sejam sentimentos bons ou ruins, eles ficam vividos em sua cabeça e no seu coração. E todos vem em uma latência muito desconfortável, o que eu acredito que seja a intenção geral do curta-metragem.

Análise Detalhada

Essa análise deve ser um pouco diferente das anteriores, pois esse curta-metragem não tem uma história muito grande Portanto, por ela ser muito condensada e rápida, devo discorrer mais sobre sentimentos que me causaram do que sobre a história em si. Para começar, segue a sinopse:

Uma mulher desesperada, presa em um precipício tenta descobrir como não se permitir cair no abismo para a morte certa.

Formiga Elétrica

Antes de tudo, até mesmo de ler minha interpretação, sugiro a todos que vejam Curve. A melhor coisa a saber sobre esse curta-metragem é quanto menos você souber antes de ver, melhor:


Existem muitos sentimentos e muitas interpretações possíveis para esse filme, então vamos lá com a minha interpretação (a partir deste momento os spoilers estarão liberados, porém não estarão tarjados, então, estejam avisados):

Interpretação do HorSI

Em muitos momentos nos vemos em muitas curvas onde não temos onde nos apoiar e não sabemos onde vamos parar se cairmos. Às vezes, podemos estar cercado de pessoas que amamos e recursos para melhorar, porém esses recursos e as pessoas não conseguem nos ver por dentro.

Para onde caímos caso a curva nos vença? Com quem estaremos, com que recursos, em qual condição? O fato de não termos nenhuma dessas respostas é o que torna o filme assustador, assim como notar que neste exato momento podemos estar em uma curva e nem nos demos conta.

Em um certo momento do filme, a protagonista mexe no peito para limpar a mão, aparentemente sentindo algum incômodo ou dor na esperança de não cair e vê, na curva que está à frente dela, marcas de sangue e mãos que só crescem, o que pode indicar que houveram e/ou haverão outras pessoas nessa mesma curva. Nesse momento temos uma alusão a depressão ou algum problema muito sério, onde às vezes achamos que estamos sozinhos, mas existem outras pessoas que podem estar passando por ele, também, e pessoas do nosso lado que podem nos ajudar.

A forma que o filme acaba é ambígua: existe um aparente ato de fé, quando a protagonista e única atriz do file (Laura Jane Turner) segura o que parece ser um terço enquanto uma chuva torrencial cai e ela escorrega cada vez mais. Porém, em nenhum momento sabemos se ela caiu e o que há no abismo mostrado.

No geral, é um filme competente no que se compromete em mostrar; aconselho demais assisí-lo, de preferência com fones e com o mínimo de interferência possível, vale demais a pena!

Diretor / Roteirista

Tim Egan

Elenco

Laura Jane Turner

Duração

9m50

Prêmios

Nota

8 / 10

🌟🌟🌟🌟🌟🌟🌟🌟★★

Referências

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